Existem dois princípios fundamentais que motivam nosso comportamento financeiro, estudado por uma disciplina híbrida da economia com a psicologia, chamada de Finanças Comportamentais ou Economia Comportamental.
Essa disciplina estuda a psicologia do consumo e responde às seguintes perguntas:
- Como gastamos?
- Porquê gastamos?
- Como economizamos?
- Porquê economizamos?
- Como lidamos com nosso dinheiro?
Existe uma série de pesquisas e experimentos sendo realizados há mais de quarenta anos.
Ao entender esses dois princípios, você vai compreender melhor seu próprio comportamento e das pessoas ao seu redor no trato com o dinheiro.
Primeiro princípio do comportamento financeiro: a Lei da Proporcionalidade
O primeiro princípio é a Lei da Proporcionalidade: nossa mente cria uma proporcionalidade fixa entre nossos gastos e ganhos.
Exemplo da Lei da Proporcionalidade
José é uma pessoa que gasta mais do que ganha. Ele ganha mil reais e gasta mil e duzentos, usando cartões de crédito ou tomando empréstimos. Ou seja, ele gasta 20% a mais do que ganha.
De repente, José é promovido e passa a ganhar dois mil reais: ele acaba de dobrar seus ganhos. Então pensamos, “Que legal, o problema do José foi resolvido, agora vai sobrar 800 reais”. Mas aí vem o perigo: a mente humana não funciona de maneira lógica, funciona de maneira emocional em relação ao dinheiro.
Então, se José gastava 20% a mais do que ganhava, ao passar a ganhar mais, seus gastos vão aumentar do modo a atingir os 20% a mais do que o novo salário. Ou seja, agora seu salário é dois mil reais, ele vai aumentar seus gastos inconscientemente. Isso não vai acontecer imediatamente, mas em dois ou três meses José estará gastando 2.400 reais.
Isso é sua mente trabalhando a lei universal da proporcionalidade: ela vai atuar para manter a proporção fixa previamente estipulada em algum momento de sua vida.
Indico o livro Livro de George Clason “O Homem Mais Rico da Babilônia”, no livro fica bem claro que se você gasta mais do que ganha, aumentar seus ganhos não resolve esse problema, e pior, aumenta o problema.
Esse é o funcionamento da mente humana, e pode acreditar, ela faz isso para te proteger. Isso tudo explica o motivo de nos guiarmos no sentido do Ciclo do Empobrecimento, mesmo sabendo que é errado. Também explica o motivo dos brasileiros classificarem a saúde financeira da pessoa de acordo com o carro que ela tem. Ignorância absurda, sem contar que, infelizmente, a ostentação faz parte dessa sociedade decadente.
O mesmo acontece com quem gasta menos do que ganha, se a pessoa ganha mil reais e gasta oitocentos, quando ela passar a ganhar dois mil ela passará a gastar 1.600 reais, mantendo assim a mesma proporção de 80%. Por isso é mais fácil você se habituar em gastar menos do que ganha enquanto ainda ganha pouco dinheiro, pois os números são menores e mensuráveis. Ao final desse texto eu apresento a fórmula que criei para solucionar essa Lei.
Vamos ao segundo princípio, a Lei de Parkinson. Esse não é o Parkinson da Paralisia agitante que as mãos tremem (distúrbio do sistema nervoso conhecido como Mal de Parkinson). Falaremos do Economista Cyril Parkinson, que deu início aos estudos do Princípio da Disponibilidade, hoje reconhecida na economia mundial, ela diz: “Para cada disponibilidade de recursos, a necessidade de uso desse recurso tende a crescer até preencher toda a disponibilidade.”
Exemplo: Eu te peço que faça determinada tarefa até amanhã às 18h. Você aceita, faz a tarefa, e no dia seguinte me entregar a tarefa pronta. Ou seja, você gastou 24h para executar essa demanda. A Lei de Parkinson diz o seguinte: Se eu te pedir que faça essa mesma tarefa, mas agora com prazo de uma semana, você vai estender a execução até o limite do prazo, inclusive com possibilidade de atraso. Se der o prazo de um mês, vai demorar um mês inteiro. Isso realmente não é lógico, é comportamento humano. Não é teoria, é lei universal: “A demanda tende a expandir para ocupar a disponibilidade em sua totalidade”.
Com o dinheiro funciona de forma similar e agravada, pois é provado que quando a decisão envolve dinheiro, o cérebro utiliza 95% do lado emocional, ou seja, o racional é deixado de lado. Mais uma vez friso a importância de adotar a limitação especificada na fórmula que criei, o Soma Zero.
Essas duas leis, da Proporcionalidade e da Disponibilidade, quando juntas explicam porque a vida financeira da maioria das pessoas são um verdadeiro desastre. Outro exemplo, aumento no limite do cartão de crédito, mesmo que durante muito tempo o valor utilizado tenha sido fixo, em pouco tempo a pessoa tende a estourar o limite novamente, mesmo sem ter condições de pagamento da fatura total.
Se você não entende bem esses dois princípios, você se torna escravo do processo – do Ciclo do Empobrecimento – Robert Kiyosaki no best seller “Pai Rico, Pai Pobre” cita esse ciclo como sendo a “Corrida dos Ratos”, quanto mais você corre, mais você tem que correr, sem perceber que está em uma roda fixa, parada no mesmo lugar.
Sim! Tenho a Solução, veja a fórmula que criei.
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